Jesus
ao passar dos anos, tem sido apreendido por muitos de forma muito
significativa, tentando-o enquadra-lo em um “mundinho”, orbitando sua grandeza
e o que ELE realmente é. No mínimo, esses que dizem “conhecer” a Jesus e o
enquadram de maneira inerente, nem sabem quem de fato é Jesus.
Jesus, o Judeu.
De
Maria, Jesus aprendeu que Deus logo há de vir para julgar e transformar este
mundo. Temos que contar com Deus. Ele atua nas pessoas. Não é apenas um observador
de fora. Ele intervém neste mundo. De José, Jesus aprendeu a interpretar os
mandamentos de Deus com misericórdia. Tudo quanto Deus nos oferece serve para
vivermos retamente e para podermos nos entender uns com os outros, surgindo daí
uma boa convivência mútua. "Para nós, da comunidade judaica
alguém que afirma que Jesus é seu salvador já não é um judeu e sim um apóstata" Quando você
vê Jesus dentro da tradição judaica, como rabino, sua relação com ele se
modifica?
Jesus, aquele que rejeita poder.
Jesus
não tinha qualquer ambição de subir na hierarquia do judaísmo da época, nem
como rabino fariseu, nem como doutor da lei, nem como sacerdote. Para Mateus, é
precisamente a morte de Jesus na cruz o sinal de que ele renuncia ao poder e à
violência. (Mt 26, 52-53). Jesus se recusa a fundar uma organização da qual ele
seja o líder. Segue seu caminho, o caminho da pregação e da cura. Jesus resiste
a todas essas tentações. Talvez ele exerça tanto poder sobre as pessoas que o
seguiram ao longo dos séculos justamente por haver renunciado ao poder. Jesus
exerce um poder interior que fascina as pessoas. Você faz o jogo do poder, tentando manipular os outros, forçando-os a
seguir suas idéias?
Jesus, o amigo das mulheres.
Todos
os evangelhos dizem que foram exatamente as mulheres que permaneceram junto à
cruz de Jesus. A Igreja, infelizmente, não extraiu disso as lições que devia.
Por muito tempo foram apenas os homens que interpretaram a mensagem de Jesus. A
ligação mais profunda de Jesus com uma mulher é sua amizade com Maria Madalena.
Dela, ele expulsou sete demônios. A ele, ela deve a vida. Com a morte de Jesus,
o mundo para ela desmorona, mas seu amor por ele vai além da morte. Como é que você mulher, sente sua relação
com Jesus? O que é que a você, como homem, chama a atenção na amizade de Jesus
para com as mulheres?
Jesus, aquele que sabe ser amigo.
Jesus,
obviamente, não só sabia fazer amigos, mas fez ainda com que as numerosas
pessoas que o seguiam se tornassem amigas uma das outras. Jesus não tratou os
discípulos como servos, mas sim como amigos. Compartilhou com eles seus
pensamentos mais íntimos. Para Jesus, o segredo da amizade consiste em dar a
vida pelos seus amigos. O que você dá para
seus amigos? Só coisas exteriores? Ou um pedaço de você, seu coração, seu amor,
sua vida?
Jesus, aquele que provoca divisão.
Se
alguém divide um grupo, ele próprio está interiormente dividido. Aquele que
estiver reconciliado consigo mesmo também será capaz de levar reconciliação
para os outros. Jesus não desafia à separação e à divisão. Mas nele os
espíritos se dividem porque ele não é acomodado. Quando Jesus fala, alguns se
decidem a favor e outros contra. Para Jesus é importante que cada um se decida
por si. Jesus não divide por estar dividido em sim mesmo, apenas revela a
divisão que existe nas pessoas. Só quando eu puder me firmar sobre meus
próprios pés é que poderei verdadeiramente comungar com meus semelhantes. Jesus
quer pessoas maduras e independentes convivendo umas com as outras. Mas isso
requer antes a divisão, o distanciamento, a demarcação. Só por esse caminho é
que se torna possível uma convivência frutífera. Você sabe impor limites? Ou prefere ficar com raiva das pessoas que
depositam expectativas em você?
Jesus, o reconciliador.
Jesus
me convida a ver exatamente onde está a minha participação no conflito. Em meu
caminho, devo me reconciliar com meu adversário interior. Preciso tentar
aceitar meu lado sombrio, que eu desejaria eliminar. Jesus não classifica as
pessoas como boas ou más. Nos bons ele vê o perigo do mal, e nos maus o desejo
do bem. Para mim, o mais difícil é odiar o inimigo. Pois, com isso, meu próprio
estado de ânimo e meu comportamento passam a ser determinados por ele. Para
mim, amar o inimigo significa liberdade. Quando Jesus exige que amemos nosso
inimigo, ele quer que deixemos de lado o velho pensamento em preto e branco e
nos convoca aos novos caminhos da paz e da reconciliação.
Jesus, aquele que chora. (Jo 11, 33-36)
Jesus
chora pela morte de Lázaro. São lágrimas de tristeza pelo amigo falecido e
lágrimas de compaixão pelas irmãs desse amigo. São lágrimas que manifestam seu
amor a Lázaro. Jesus não esconde seus sentimentos. Ele é inteiramente homem.
Suas lágrimas não são apenas de compaixão, mas também de impotência e de
desgosto. Jesus não se fecha à situação. Envolve-se inteiramente. Jesus chorando o convida a aceitar suas
lágrimas e a confiar nelas. As lágrimas o conduzirão, através da tristeza, para
uma nova vida.
Jesus, o filho de Deus (Lc 22, 70-71)
(Mt 26,25)
Ainda
hoje muitos vêem em Jesus uma pessoa fascinante, fundadora de uma religião. Mas
a maioria acha difícil entende Jesus como Filho de Deus. Em Jesus, Deus assumiu
tudo quanto é humano. Ele aceitou o nascimento e a morte, a alegria e o
sofrimento, as trevas e a luz, e assim tudo foi redimido. Em Jesus, deus não
assumiu nenhum ser-homem ideal e perfeito, mas sim esta nossa humanidade, com
suas forças e fraquezas, com seus riscos e abismos, com sua condição passageira
e mortal. Jesus, o Verbo encarnado de Deus, é a promessa de que também em mim a
Palavra de Deus se faz carne. Então eu serei homem por inteiro e, ao mesmo
tempo, também filho de Deus. Que você
acha da idéia de Jesus ser filho de Deus? Como é que você entende Jesus? Você
considera realmente uma boa-nova o fato de Jesus ser o Filho de Deus? Saber que
tudo o que é humano em você foi por ele assumido e remido é realmente uma boa
notícia?
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