20 de fevereiro de 2013

Por que eu devo orar se Deus sabe de todas as coisas???


Oração bíblica é realmente nada mais do que conversar com Deus. É só isso. E ainda assim, pode se expressar de tantas formas. Ela abraça a adoração. Ela abraça pedidos. Às vezes, quando passamos por experiências realmente horríveis na vida, nós caímos na categoria que Paulo descreve em Romanos 8, que o Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis. Às vezes há um tipo de repetição grata pelas ações de Deus e sua providência em nossas vidas, ação de graças. Às vezes, são pedidos regulares diante de Deus pela família, pela obra do ministério do Evangelho, esse tipo de coisa. É uma grande variedade de formas de falar com Deus, enquanto meditamos em sua Palavra, e ele fala conosco por seu Espírito através da Palavra.
Contudo, a questão eventualmente se torna: “Por que nós deveríamos sequer nos dar o trabalho, já que Deus sabe de todas as coisas?” E aqui, penso que duas ou três coisas precisam ser ditas. Primeira: O próprio Cristo nos adverte para não sermos infinitamente prolixos. Alguns povos de cultura pagã pensam que, de alguma maneira, você consegue a atenção dos deuses falando sem parar. No tempo do profeta Elias os sacerdotes pagãos até mesmo se cortavam e clamavam que os deuses o ouvissem de alguma maneira. E então Jesus nos lembra: “Não pense que você é ouvido pelo seu muito falar. Seu Pai celestial sabe do que você precisa antes que você peça.” Então há esse lado das coisas. Deus está no céu, você está na terra, que suas palavras sejam poucas.
Por outro lado, o próprio Jesus contou uma parábola em Lucas 18, nos ensinando que devemos orar sem cessar. Então, há outro lado. Você quer buscar a face de Deus com determinação e propósito.
O melhor exemplo que posso dar sou eu mesmo. Quando eu era pequeno, talvez com cinco anos de idade, eu queria tocar saxofone. Decidi isso, após ouvir Kenny G na TV, que eu iria tocar saxofone. E anunciei que esperava ganhar um saxofone imediatamente, o que não aconteceu. O que meus pais fizeram ao invés disso, foi fazer-me tocar flauta doce, para que eu demonstrasse alguma apreciação pela música, determinação em praticar, etc. E me disseram que se isso continuasse por um determinado período de tempo, então me comprariam um saxofone e me arrumariam um professor. Em parte porque crianças são tão inconstantes, e tão incertas do que realmente querem, que a menos que você construa certo tipo de determinação nelas, dar a elas tudo o que querem assim que pedirem, você só as está ensinando a serem gananciosas.
Nosso Pai celestial não é menos inteligente em lidar com seus filhos do que nós tentamos ser em nossas maneiras imperfeitas em lidar com os nossos filhos. Então, às vezes, Deus exige que o procuremos e busquemos o que deveríamos estar buscando. E agradecendo por aquilo que deveríamos estar agradecendo.
A mesma Bíblia que nos ensina a não sermos muito prolixos, também nos ensina a orar sem cessar, e então Tiago vem e diz: “Nada tendes, porque não pedis”. Então, nosso Pai celestial não é meramente uma máquina que libera guloseimas se apertarmos os botões certos. Ele é uma pessoa, e espera que nós interajamos com ele de maneiras pessoais com submissão, fé, pedidos, ações de graça, submetendo tudo a ele finalmente em plena certeza de que ele sabe o que é melhor. E às vezes suas respostas serão não justamente por ele saber o que é melhor. E por essa razão, nós o buscamos e buscamos também em sua Palavra o que deveríamos estar pedindo a ele justamente por ter ele revelado seu caráter a nós, não apenas em todas as Escrituras, mas supremamente em seu amado Filho Cristo Jesus.

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